sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O Obscuro Reino das Palavras


 
Preciso escrever alguma coisa, mas, as palavras, as caprichosas palavras, não vem quando  as quero e quando vem, não dizem o que quero dizer.

Tentei a humildade, o elogio, a aproximação lenta e até fingi descaso, mas elas não se rendem com facilidade
se refugiam em lugares que a minha mão não as alcançam.

 Meu ser se consome nesta busca angustiante. Preciso das palavras, preciso, precisas, preciso.
O sentimento é profundo, as dores são enormes, a emoção é descomunal, mas cade as palavras¿ Tenho urgência, pois senão tudo se perderá, o momento é fugáz, não conseguirei mais juntar os sentimentos.

Ajude-me Clarice, venha me socorrer Manuel, valha-me Drummond!  Imploro. Mas cade o raio do lirismo puro iluminando meu ser no momento da concepção¿

Não adianta implorar: NINGUÉM nos dá as chaves de onde estão trancafiadas as preciosas palavras.

Talvez, devesse acreditar que ainda não existam palavras suficientes para cobrir a folha branca com meus sentimentos, mas seria uma mentira. As  palavras estão aí, girando ao redor de minha cabeça perdida,  perdidas, sem sentidos, fugidias...

Eu, que  tinha tanta coisa a dizer...não descobri o caminho a tempo.

Pensando bem, por que esta minha angustia em escrever algo que não faria a menor diferença, se escrito ou não. Os sentimentos já foram vividos. A emoção já se dissipou.
E as palavras,  as caprichosas palavras permaneceram em seu estado frio, indiferentes a tudo.

Pensam que tem vida própria, as bobas palavras, não sabem que só existem se as juntarmos. Então, por que fogem ¿

Clarice capturou algumas,

Manuel, outras tantas,

Drummond fartou-se delas

e eu.......eu não disse nada!

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