Tentei a humildade, o elogio, a aproximação lenta e até fingi descaso, mas elas não se rendem com facilidade
se refugiam em lugares que a minha mão não as alcançam.
Meu ser se consome nesta busca angustiante.
Preciso das palavras, preciso, precisas, preciso.
O
sentimento é profundo, as dores são enormes, a emoção é descomunal, mas cade as
palavras¿ Tenho urgência, pois senão tudo se perderá, o momento é fugáz, não
conseguirei mais juntar os sentimentos.Ajude-me Clarice, venha me socorrer Manuel, valha-me Drummond! Imploro. Mas cade o raio do lirismo puro iluminando meu ser no momento da concepção¿
Não adianta
implorar: NINGUÉM nos dá as chaves de onde estão trancafiadas as preciosas palavras.
Talvez, devesse acreditar que ainda não existam palavras suficientes para cobrir a
folha branca com meus sentimentos, mas seria uma mentira. As palavras estão aí, girando ao redor de minha
cabeça perdida, perdidas, sem sentidos,
fugidias...
Eu, que tinha tanta coisa a dizer...não descobri o
caminho a tempo.
Pensando
bem, por que esta minha angustia em escrever algo que não faria a menor
diferença, se escrito ou não. Os sentimentos já foram vividos. A emoção já se
dissipou.
E as
palavras, as caprichosas palavras
permaneceram em seu estado frio, indiferentes a tudo. Pensam que tem vida própria, as bobas palavras, não sabem que só existem se as juntarmos. Então, por que fogem ¿
Clarice capturou algumas,
Manuel, outras tantas,
Drummond fartou-se delas
e eu.......eu
não disse nada!
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